INFLAMAÇÃO

30/07/2022

  A inflamação configura-se como uma resposta dos tecidos do organismo aos agentes agressores variáveis, assim, como resposta característica, há a saída de líquidos (plasma) e das células sanguíneas (leucócitos) para o interstício. Tal resposta é extremamente importante na composição da resposta imunológica, contudo, as inflamações também podem  causar danos ao organismo. Os agentes inflamatórios podem ser de cunho endógeno, quando se trata de estresse metabólico, ou exógeno, de cunho físico, químico ou biológico. 
  As inflamações podem ser de caráter agudo ou crônico e possuem sinais cardinais, são eles: calor, rubor, tumor, dor e perda de função. As inflamações agudas são aquelas de cunho rápido e a crônica, mais prolongada. 

APENDICITE AGUDA

  O apêndice é aquele órgão vestigial que não possui uma função muito específica, localiza-se ao fim do trato gastrintestinal e é comum a ocorrência de processos obstrutivos os quais agem pressionando a parede intestinal repercutindo neste órgão. Assim, em casos de inflamação ocorre o rompimento da parede do trato gastrintestinal com resposta septicêmica refletindo no comprometimento de todo o intestino.  A apendicite aguda é uma inflamação -do tipo aguda- na qual ocorre um aumento progressivo na pressão intraluminal que compromete o fluxo venoso de saída. A injúria isquêmica e a estase do conteúdo luminal, que favorecem a proliferação bacteriana, disparam uma resposta inflamatória incluindo edema tissular e infiltração neutrofílica. Neste exemplo de inflamação aguda, há presença do exsudato fibrinopurulento, caracterizado pela composição de restos de polimorfonucleares e bactérias. 



(4x) Nesta imagem é possível observar o lúmen do apêndice (estrela preta) em grande destruição provocada pela inflamação aguda (que tem um início abrupto e severo), percebendo-se um parênquima totalmente alterado (estrela azul), desorganização dos nódulos linfáticos (quadrado preto), erosão na mucosa do apêndice (seta preta). Observe que não há presença das glândulas de Lieberküun, que são características da mucosa, devido a destruição. 



(10x) Nesta imagem é evidenciado pelo círculo azul o pigmento do tipo hemossiderina (refringência), a estrela vermelha aponta a luz do apêndice e a mucosa destruída pela inflamação e os retângulos pretos a liberação de plasma, devido a inflamação. 



(4x) Notar na imagem a desorganização do MALT (tecido linfoide associado a mucosa) evidenciado pelo retângulo preto e as setas pretas indicando a presença de tecido adiposo. 



(10x) Observar o espessamento da serosa, sendo evidenciada pela estrela preta. Os vasos congestos com presença do pigmento hemossiderina apontado pelas estrelas azuis e a seta preta com duas pontas mostrando a camada circular muscular interna e a seta azul com duas pontas mostrando a camada muscular longitudinal externa. 



(40x) Esta imagem é um zoom no vaso congesto apontado na imagem anterior, onde pode-se notar pela seta preta as hemácias, a seta amarela o pigmento hemossiderina, a seta azul a fibrina e a vermelha mostra liberação de plasma. 





(4x) Notar que o infiltrado inflamatório atingiu as camadas musculares (setas pretas). A seta amarela mostra a desorganização do MALT.

APENDICITE CRÔNICA

  A apendicite crônica é uma inflamação, do tipo crônica, a qual ocorre uma resposta prolongada a um agente nocivo onde a destruição tissular e a tentativa de reparo ocorrem simultaneamente. Neste tipo de inflamação, devido ao prolongamento e lentidão do processo, nas imagens é possível notar a tentativa de reparo do próprio organismo simultaneamente a ocorrência da inflamação. Aqui, o exsudato presente é do tipo fibrinoso, constituído de fibrina. 




(4x) Na imagem é possível notar a área de destruição do epitélio da mucosa (estrela azul) e calcificação distrófica (setas amarelas).



(10x) Nesta imagem, as setas azuis apontam as glândulas de Lieberküun, o que é interessante ressaltar na diferenciação entre a apendicite aguda e a crônica, pois estão presentes nesta justamente pela tentativa de cicatrização do organismo. Nesse contexto, pode notar a formação de um tampão apontado pela estrela preta e a estrela azul evidencia a camada muscular preservada. Observar também o nódulo linfático mais organizado, marcado pelo círculo preto.



(10x) Notar na imagem apontada pelas setas azuis as glândulas de Lieberküun, a estrela preta mostra o epitélio comprometido e a cabeça de seta preta o nódulo linfático mais organizado, as cabeças de setas vermelhas mostram a lâmina própria. 





(40x) Observar as glândulas com células caliciformes (estrelas pretas) e o infiltrado infamatório (retângulo branco).

ENDOCARDITE

  A endocardite consiste numa inflamação aguda do endocárdio, camada mais interna do coração, a qual é causada por bactérias ou fungos e caracterizada pela colonização desses patógenos, ou invasão, do endocárdio. Assim, há presença de infiltrado inflamatório, espessamento do endocárdio, fibrina e tecido adiposo. 




(4x) Notar na imagem presença de fibras musculares cardíacas (estrela preta) e o endocárdio, espesso (estrela vermelha).




(40x) Notar na imagem a presença de PMNs (polimorfonucleares) no miocárdio (círculo preto), as setas azuis indicam presença de fibrina, devido ao exsudato fibrinopurulento. 

MIOCARDITE

  A miocardite é uma inflamação do tipo aguda, da camada cardíaca miocárdio. Tal inflamação pode ocorrer devido presença de micro-organismos infecciosos, como vírus, bactérias e fungos e/ou um processo inflamatório que provoque uma lesão no miocárdio.







(10x) Nesta imagem nota-se a presença de exsudato bastante fibrinoso desorganizando o miocárdio (setas azuis); presença de células inflamatórias entre as fibras (quadrado branco).

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